Isaias sempre foi um
rapaz sonhador. A todos deixava evidente seu amor por Luciana,
acreditava piamente que jamais amaria alguém se esse alguém não fosse
ela.Todavia Isaias era um
rapaz de poucos recursos, e se julgava um homem incompleto, não queria
que Luciana o visse daquela maneira, por isso investiu alto para vir a
capital, a fim de poder voltar depois a sua terra e ao seu amor de
origem, visando uma melhor qualificação profissional, em outras
palavras: Isaias queria voltar com um nome.
Após anos de árduos
sacrifícios profissionais Isaias retornou a sua terra natal, agora não
era somente Isaias e sim Isaias Batista, um advogado respeitado e dono
de uma concessionária de automóveis, que apesar de ser muito assediado
por belas mulheres, jamais esqueceu seu antigo amor.
Isaias Batista chegou
radiante de alegria, fez toda a viagem sonhando com aquele reencontro,
entretanto seus planos foram precipitados por uma inconseqüência do
destino... Luciana agora não seria mais sua pretendida; agora Luciana
era noiva de seu tão estimado antigo amigo Ramerson. Isaias jazia
inconformado com aquela situação, como era possível tal disparate? Tanto lutou para ser quem agora era, sempre visando ser um marido a altura da beleza e da perfeição de Luciana, porem ela escolhia um qualquer, sendo que este qualquer era, ou seria, seu melhor amigo, que acima de tudo ainda era um reles funcionário público... aquilo era um ultraje.
inconformado com aquela situação, como era possível tal disparate? Tanto lutou para ser quem agora era, sempre visando ser um marido a altura da beleza e da perfeição de Luciana, porem ela escolhia um qualquer, sendo que este qualquer era, ou seria, seu melhor amigo, que acima de tudo ainda era um reles funcionário público... aquilo era um ultraje.
Isaias ainda tentou
conversar com Luciana, esta, porem, lhe disse que nada poderia fazer e
que o destino e a solidão deram conta de lhe tecer este novo e
aventureiro futuro e agora somente a morte a separaria de seu amado
Ramerson.Isaias saiu da presença
de Luciana inconformado, naquele momento ele era o mais desafortunado
dos homens, estava fadado a ser infeliz pelo resto de seus dias, tanto
pela solidão, quanto pela lembrança da traição das duas pessoas que ele
mais prezou.
Atirou-se ao sofá, sua
cabeça latejava de raiva e indignação, jamais imaginaria algo tão
absurdo. Aquele era o fim de todos os seus sonhos e plan... Neste
momento uma frase dita por Luciana lhe veio em mente: somente a morte a
separaria de seu amado Ramerson... “morte” conseqüência natural do ciclo
da vida, porem poderia ser antecipada. Isaias assustou-se com seus
próprios pensamentos, não acreditou que chegaria a tal ponto...
precisava relaxar. Preparou uma dose dupla de Uísque, acendeu um cigarro
e após uma profunda tragada começou a refletir melhor sobre seu
soturno pensamento. A idéia apesar de desesperada, agora, não lhe
parecia tão nefasta, e apesar de ser um ato diabólico, nada mais era do
que um ato de justiça, já que Ramerson mesmo sabendo do seu amor por
Luciana, ainda assim envolveu-se com ela. Naquela noite Isaias secou
meia garrafa de Uísque e ocultou parte seu coração.
Duas semanas após aquela
noite, a semente do ódio germinou uma idéia maligna na mente Isaias e
agora ele iria expor a árvore de sua ira. Isaias abordou Ramerson numa
rua deserta e o levou a uma área afastada da cidade, lá concretizaria
seu plano. Com a arma em punhos, pediu ao velho amigo que saísse do
veiculo e se ajoelhasse; Ramerson como não tinha escolha obedeceu...
Isaias engatilhou a arma e Ramerson suplicante:
- Isaias... so... somos amigos, irmão... v-v-você não precisa fazer isto... Me perdoa.
Mas Isaias friamente respondeu:
- Aquele que não respeita minhas escolhas não merece meu perdão.
Neste momento Ramerson virou-se e olhou nos olhos de Isaias, este, porem desferiu-lhe um tiro na testa.
O crime foi praticamente
perfeito, já que o culpado jamais foi identificado e as evidencias do
crime foram insuficientes. Isaias prontificou-se em consolar a jovem
viúva, e apesar de muitos desconfiarem da participação dele no caso,
nada ficou provado...
Anos depois, após a
tragédia, o caso já havia caído em total esquecimento. Isaias e Luciana
casaram-se e tiveram um filho e aparentemente eram uma família normal,
exceto por Fábio o filho do casal... Fábio era um rapaz problemático e
aos dezessete anos mergulhou no mundo das drogas. Isaias e Fábio nunca
tiveram uma vida tranqüila, mas aturavam-se mutuamente.
Certa noite Fábio
discutia ferozmente com a mãe e o pai resolveu intervir. Fábio que
aparentemente estava sob os efeitos de alguma droga logo partiu para
cima do pai, a mãe tentou segura-lo, mas foi violentamente empurrada,
batendo fortemente a cabeça contra a parede e logo em seguida desmaiou.
Isaias ainda tentou a esmo
conter o filho, este porem puxou do bolso da calça um punhal e com
os olhos flamejantes de fúria ameaçou o próprio pai. Isaias assustado
tentava conter a ira do jovem:
- Como podes ameaçar seu próprio pai?
Fábio com o olhar mergulhado nos olhos do pai respondeu:
- Desculpa Isaias, mas quem não respeita minhas escolhas não merece meu perdão.
Isaias sentiu um frio
percorrer-lhe a nuca ao ouvir tais palavras, mas o que o fez trepidar
foi, quando olhou no fundo dos olhos do próprio filho, naquele olhar
enfurecido e ver revelada a imagem do próprio amigo... Podia ver não só
sua ira, mas o próprio Fábio ali vivo, na forma de seu filho, se existia
reencarnação, aquela era sua maldição.
Fábio matou o próprio pai naquela noite...
Aquele foi um dos casos
mais divulgados na imprensa, o que gerou uma forte indignação nas
pessoas, mesmo porque o jovem pouco deu a entender sobre os reais
motivos que o levou a cometer tal ato hediondo.
Luciana perdoou o filho, mas pouco compreendia sobre seu triste destino... O de jamais poder viver com o homem que amava.
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